Crítica – A cabana reúne bom elenco para filme grandioso sobre fé

Nos últimos anos os cinemas começaram a exibir filmes com temas cristãos nos grandes circuitos. Filmes deste gênero só eram encontrados em locadoras especializadas e na internet. Com este novo tempo, fomos presenteados com boas obras e muitas que obtiveram um grande sucesso de público e crítica. Aqui se encaixam os excelentes “Deus não está morto” 1 e 2 que ganharam destaque no quesito público x crítica especializada se tornando um grande sucesso comercial. Seguindo a onda destes filmes com menor orçamento, estamos recebendo uma nova amostra. Desta vez um filme com um grande elenco, incluindo atriz vencedora do Oscar e uma brasileira, efeitos especiais e fotografia impecável. Baseado em um best-seller de sucesso estrondoso, “A Cabana” chega nesta semana nos cinemas de todo o Brasil e o Portal Quadrangular participou de uma sessão exclusiva para convidados para apresentar o filme ao grande público.

Lançado em 2007, o livro rapidamente ocupou seu lugar na lista dos mais vendidos e teve suas polêmicas chamando ainda mais atenção para obra. Com muitos leitores ávidos pela história envolvente e, do outro lado, muitos cristãos e teólogos questionando, o que seriam heresias dentro da história. Aqui, este que vos escreve, vai embasar esta crítica tanto no conteúdo teológico do filme quanto nas suas qualidades técnicas.

A história é centrada em Mack Phillips, um homem que depois de ter sua filha assassinada durante uma viajem em família,  entra em depressão profunda e passa a questionar todas suas crenças. Em meio a uma crise de fé, ele recebe uma carta misteriosa ordenando que ele vá até a cabana na qual o vestígios da morte de sua filha foram encontrados. Apesar de suas dúvidas, Mack segue para o meio da mata do Oregon onde encontra três pessoas enigmáticas que mudarão para sempre a sua vida. E é justamente aqui que a história ganha seus principais momentos dramáticos. Os primeiros minutos do longa, para os desavisados pode soar com uma obra de suspense e não como um drama que foca na fé. Com o desenrolar, vamos descobrindo como é incrível a nossa relação com Deus e como estes momentos preciosos podem trazer cura para alma.

O roteiro chama atenção por trazer Deus como uma figura diferente, aqui, interpretada pela excelente Octavia Spencer (Sim, Deus é representado na figura de uma mulher negra, com gestos suaves que transmitem paz). Entram também na história Jesus Cristo (Avraham Aviv Alush) e o Espírito Santo, ou como conhecido dos leitores do livro, Sarayu. Não levando ao pé da letra o contexto teológico, estas são opções interessantes, criativas e corajosas. Vistas pela ótica de que os três personagens lidam com a diversidade de etnias para a Santa Trindade e trazem uma proximidade com o grande público.

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A Cabana – O filme acerta em emocionar. Durante toda a duração nos sentimos envolvidos com a história de toda a família e sentimos junto com o protagonista a perda da pequena Missy, interpretada pela pequena Amélie Eve, que trouxe muita doçura á personagem. E esta é a proposta do filme, emocionar e arrancar lágrimas. Além de trazer uma grande reflexão que provavelmente assola toda a humanidade, “por que sofremos”? Se a pergunta é respondida no filme? Não. Temos uma pequena amostra de um raciocínio lógico que chega a convencer. Mas respostas para os nossos questionamentos só encontramos nas Escrituras e em nosso relacionamento diário com Deus.

Muitos vão se emocionar, muitos vão torcer o nariz ao ver a figura de Deus sendo representada por uma mulher. Alguns diálogos soam duvidosos se compararmos com a bíblia. O interessante, é assistir ao filme despretensiosamente e sem se esquecer do que está escrito na palavra de Deus. Algumas cenas chegam a incomodar justamente por fugir demais de tudo que acreditamos, o que não chega a comprometer todo o filme. Um exemplo disso é um personagem já falecido que aparece como espírito precisando de perdão, cena que chega a lembrar outras produções religiosas, que não soa como uma produção voltada para um público cristão protestante.

Ao assistir ao filme podemos perceber a necessidade de nos relacionarmos de maneira profunda com o Pai, Filho e Espírito Santo. Este para mim, é o ponto mais positivo do filme. Não que devamos esperar uma carta de Deus para passarmos um final de semana em uma cabana. Este relacionamento tem que ser diário e, acreditem, ele transforma nossas vidas! Deus quer muito se relacionar conosco, responder nossas perguntas e o filme retrata isso de uma maneira utópica, mas que pode e deve ser real em nossas vidas. Afinal, quem não gostaria de ter um final de semana conversando, comendo e poder dar um abraço caloroso em Jesus, ter as lágrimas coletadas pelo Espírito Santo e ver Deus preparando todas as nossas refeições em carne e osso.

A Cabana chega para preencher uma lacuna de filmes cristãos que estão ganhando grande espaço no mercado. Este é ainda diferenciado por ter um maior orçamento e suas cenas trabalhadas de maneira mais profissional. Seu roteiro é profundo e baseado num livro de sucesso, talvez, você já tenha ouvido falar ou é um leitor desta obra. Se o objetivo do filme é evangelizar, não podemos afirmar. Mas, pode ser esta uma boa ferramenta de evangelismo se usarmos com sabedoria sem se desprender um minuto sequer do que está escrito na palavra. O filme, termina com um questionamento. Se tudo isso é verdade, cabe a você acreditar.

Por: Leonardo Moura

 

 

 

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